Pensei bastante se escreveria sobre isso ou não. É pessoal e, pra mim, um pouco complicado. Mas é justamente esse assunto que me inspira e me faz refletir sobre várias áreas da vida. Então… por que não compartilhar uma história de amor (ou quase isso) que mexe comigo até hoje?
(Pra ser sincera, só tomei coragem porque tenho certeza de que ninguém que me conhece vai ler 🙂)
Lendo uma newsletter do
, com o título “Para todas as garotas que já amei”, me senti inspirada e encorajada pela forma como ele se expressou. E, confesso, meio triste por todos os quase-relacionamentos dele terem dado errado. Enfim, kkk... compartilho da mesma experiência.E, pensando bem, qual o melhor jeito das pessoas se conectarem com você se não te conhecendo?
Sem mais delongas, vamos pra história.
No auge dos meus quase vinte anos, posso dizer que tive paixões fortes de verdade. Daquelas que você olha e pensa: “nossa, eu realmente gosto desse menino.” Foram quatro. Cada um em um tempo, com espaços consideráveis entre eles.
PRIMEIRA PAIXÃO:
Essa não tenho muito a dizer, mas foi quando eu era criança, uns sete ou oito anos, e ele também. Um sentimento puro e genuíno, em que a maior alegria era a pessoa querer brincar com você. Foi bonitinho. Às vezes, dá até saudade dessa inocência. Mas parece que, desde o início, minhas paixões estavam fadadas ao erro, kkk juro. Sempre fui meio covarde pra confessar sentimentos. Preferia que a pessoa se declarasse primeiro, e se eu gostasse também, aí me declarava. Hoje, continuo assim. Mas com esse primeiro menino, eu tive coragem. Contei o que sentia um dia antes de me mudar de estado. E, pra minha surpresa, ele disse que também gostava de mim. Mesmo assim, eu não fiquei triste pela mudança. Provavelmente por ser criança, não me afetou tanto. (Acho.)
Mas depois dele, nunca mais cheguei em alguém pra contar o que sentia.
SEGUNDA PAIXÃO:
Aqui eu devia ter uns dez, quase onze, e (sim) estava me mudando de novo kkkk. Acho que meu pai tem sangue de andarilho. Comecei em uma nova escola, que eu amava. Nunca tinha estudado em um lugar onde me sentisse tão bem (apesar de ser tempo integral). Foi lá que conheci esse menino. Ele estudava comigo, e no básico a gente ficou amigo. E aí... eu me apaixonei.
Importante dizer: ele tem uma ligação com a minha família. Não é parente direto, mas é da minha prima. (Acho que deu pra entender.)
Fiquei nessa escola uns quatro meses e me mudei de novo, dessa vez pra cidade vizinha, onde minha tia morava.
Mesmo assim, de vez em quando eu via ele. Era raro, mas via.
Naquele Natal, fui pra casa da minha avó e ele estava lá. Foi quando descobri que ele também gostava de mim. Surtei. Fiquei tão feliz!
Mas como morávamos longe, não deu em nada.
Cada um seguiu a vida.
(Importante: essa história vou retomar no final, porque estou contando tudo em ordem cronológica.)
TERCEIRA PAIXÃO:
Aqui eu devia ter uns quatorze anos. E no começo… eu odiava esse menino. Sem motivo aparente. O simples fato dele passar na frente da minha casa já me causava estresse. (Ele morava na segunda casa da frente.)
Até que um dia saí no portão e, do nada, achei ele bonito. Tipo… bem bonito. A partir daí, comecei a me apaixonar. Viramos amigos. Um dia, minha amiga perguntou se ele gostava de mim (sem me avisar), e ele disse que sim.
Depois disso, começamos a demonstrar sentimentos, mas sem esse negócio de “ficar”. Era só expressão mesmo, de um jeito tímido, genuíno até. Inclusive, ele foi a pessoa que mais demonstrou sentimentos por mim até então. Só que o tempo foi passando e… tudo virou de cabeça pra baixo. Pra minha "felicidade" (contém ironia), o primo dele começou a gostar de mim, e ele da minha amiga. Tipo: ????
Continuamos amigos. E adivinhem?
Me mudei. KKKK AFFFF
Dessa vez, pra cidade onde moro até hoje (graças a Deus, parei de mudar).
Consequentemente, esqueci ele.
É incrível a minha habilidade de gostar de uma pessoa, ela gostar de mim de volta… e nunca dar certo.
QUARTA PAIXÃO:
Esse foi o mais estressante, complicado… e o que mais me fez mal.
Esse meliante quem me apresentou foi minha prima. Começamos a conversar como amigos.
Pouco tempo depois, ele disse que estava gostando de mim.
Mas eu não gostava dele. Falei que só sentia amizade.
Ele disse que esperaria, que eu ainda ia me apaixonar.
Dito e feito.
Depois que fui conhecendo melhor, comecei a gostar dele de verdade. Mas era diferente.
Ele era meio surtado, dramático. Conversar com ele era como pisar em ovos. Qualquer coisinha virava crise.
Exemplo : só de eu contar uma história que envolvia um amigo meu, ele já surtava.
Eu precisava medir cada palavra.
Ele tinha um ciúme estranho. A pandemia estava acabando, as aulas voltando… e ele ficou com raiva porque eu ia voltar pra escola e conviver com outros meninos.
Sendo que a gente nem namorava.
Mas, de alguma forma, eu me sentia presa. Talvez porque eu gostava muito dele.
Ele era manipulador. Me fazia sentir culpa por coisas que eu nem fazia. Na real, ele que fazia, mas o erro sempre acabava em mim.
No fundo, eu sabia que aquilo era ruim, mas não conseguia sair.
Na época, eu ainda não era cristã, mas sempre tive o costume de orar. Então eu falei pra Deus:
“Senhor, por mim eu não vou conseguir dar um basta. Então faz ele fazer alguma coisa ruim, que não tenha desculpa, pra eu poder sair disso.”
Sim. Foi exatamente isso que eu disse.
E, acredite ou não, dois meses depois descobri que ele estava ficando com a ex.
Confrontei ele. Ele pediu desculpas e deu a desculpa mais nojenta que um homem pode dar:
“É que homem tem necessidades.”
Bloqueei. Nunca mais falei com ele.
E o mais incrível: em nenhum momento senti saudade.
Senti paz. Como se um peso tivesse saído das minhas costas.
Duas semanas depois foi Natal. Voltei pra cidade onde morava antes, pra passar o Natal com minha tia e minha avó (que tinha se mudado pra lá pra ficar mais perto dos filhos).
E aquela minha segunda paixão estava lá.
Descobri que, pouco depois de eu ter me mudado, ele também tinha se mudado, pra cidade que eu tinha acabado de deixar.
(Falta de sorte, né?)
Mas estar com ele ali, de novo, foi incrível. A gente conversou. E dois meses depois ele me mandou mensagem dizendo que ainda gostava de mim.
E eu sentia o mesmo.
Mas, querendo ou não, a distância atrapalha muito.
Depois de um tempo… ele começou a namorar.
Mas é mais complicado que isso.
Sinto que nunca vou esquecer ele.
E ele disse a mesma coisa também.
Por isso, vivo nessa confusão:
“Será mesmo que ele também nunca vai me esquecer?”
Tenho quase certeza: ele foi meu primeiro amor.
O outro… foi só a primeira paixão.
Desde então, nunca mais consegui gostar de ninguém. Nenhum outro nome me acende. Nenhum outro olhar me prende. A única pessoa que ainda vaga pelos meus pensamentos… é ele. Talvez seja isso que acontece quando a gente ama de verdade pela primeira vez.
Ou talvez seja só apego ao que ficou incompleto.
Não sei.
Só fica essa sensação persistente…
Será que ele espera também?
Será que, em algum lugar, ele ainda pensa em mim… como eu penso nele?
Quando a gente tem esse sentimento, só quem sente o mesmo para entender. Há pessoas que jamais irão compreender o que está dentro do coração.